quarta-feira, abril 02, 2008

-CRÓNICA DO CANADÁ-



- A arte de tentar -


A frase é de Pablo Picasso: " Deus é, sobretudo, um artista. ELE inventou a girafa, a formiga. Na verdade, ELE nunca procurou seguir um estilo - simplesmente foi fazendo tudo aquilo que tinha vontade de fazer".

Nossa vontade de andar cria nosso caminho, entretanto, quando começamos a jornada em direção ao sonho, sentimos muito medo, como se fôssemos obrigados a fazer tudo certinho. Afinal, se vivemos vidas diferentes, quem foi que inventou o padrão de "tudo certinho ?". Se Deus fez a girafa, o elefente e a formiga, e nós procuramos viver à Sua imagem e semelhança, por que temos que seguir um modelo ? O modelo às vezes serve-nos para evitar repetir erros estúpidos que outros já cometeram, mas normalmente é "uma força" que nos obriga a repetir sempre aquilo que todos fazem.

Ser coerente é precisar usar sempre a gravata a condizer com as meias. E ser obrigado a manter, amanhã, as mesmas opiniões que temos hoje. E o movimento do mundo onde fica ?

Desde que não se prejudique ninguém, mudemos de opinião de vez enquando, cair em contradição sem nos envergonhar disso. Temos este direito; não importa o que os outros vão pensar, porque eles vão pensar de qualquer maneira.

Quando decidimos agir, alguns excessos acontecem. Diz um velho ditado culinário: "Para fazer uma omelete é preciso, primeiro, quebrar o ovo". Também é natural que surjam conflitos inesperados. É natural que surjam feridas no decorrar destes conflitos. As feridas passam - permanecem apenas as cicatrizes-.

Isto é uma benção. Estas cicatrizes ficam connosco o resto da vida, e vão ajudar-nos muito. Se em algum momento - por comodismo ou qualquer outra razão - a vontade de voltar ao passado for grande, basta olhar para elas.

As cicatrizes vão nos mostrar a marca das algemas, vão lembrar-nos os horrores da prisão e continuaremos caminhando para a frente.

Por isso vamos 'relaxar'. Deixemos o universo movimentar-se à nossa volta, e, descubramos a alegria de ser uma surpresa para nós mesmo.
Daremos sempre uma solução diferente para cada luta repetida e não consideremos as nossas falhas como erros, mas como passos em direção ao encontro de nós mesmo.
Pensamento da Semana
"Se pudesse viver de novo a minha vida, cometeria os mesmos erros - só que muito mais cedo" (Tallulah Bankhead)
-Mano Belmonte-