sábado, julho 25, 2009

Crónica de Coimbra


Assim vai o nosso país!

Em qualquer país, um político, um responsável de um alto cargo, uma figura pública, consequentemente reconhecida, demite-se quando é suspeito de "fraude", de "tráfico de influências", de crime de peculato, pedofilia ou de outra qualquer irregularidade lesiva dos elementares direitos dos cidadões. Em qualquer país civilizado e sério, onde é respeitada a Constituição, basta ser suspeito, que era, de imediato suspenso das suas funções.

Aqui, nada disso! Até se provar a culpabilidade em Tribunal, presume-se inocência. O processo vai-se arrastando através de averiguações, investigações, inquéritos, e, como é do conhecimento público, o Tribunal demora anos a resolver tais casos, lá continuam os suspeitos a ocuparem os seus cargos, exercendo-os, presunçosamente, como se nada fosse com eles. E, o que mais revolta, é que se apresentam sempre cheios de prosápia! Parecem os "donos do mundo"!

Exigem os maus entencionados a demissão dos ditos Senhores, por questão ética, de bom-tom, enfim, de justiça. Que ética? Que bom-tom? Que justiça? Os invejosos, os denegridores da imagem pública é que deviam ter ética, que abrem os noticiários análogos a julgamentos e sentenças condenatórias. Trata-se de um abuso de liberdade. Os nossos canais de televisão (portugueses), precisam de vender, precisam de enfrentar a concorrência diária, e como as audiências mantêm-se, quando não sobem, prova de que a maioria está do lado dos injustamente acusados. Das vítimas de cabalas. Para quê fechar portas a quem garante público? E depois, que diabo, são excelências acusadas, gente fina e gente fina é outra coisa! Não é qualquer "pé-descalço", que está ali a ser acusado! Não estão em jogo centenas de euros...mas milhões, muitos milhões e...isso sim! Isso já merece notícia de 1.a página. Que nos outros países não é assim? Pois devia ser. Nós, é que estamos certos. Eles, é que estão errados. Nós somos únicos, não nos esqueçamos! Viva Portugal! Como nós não há igual!

Cruz dos Santos
Coimbra/Portugal

Eu conto como foi - LUCÍLIA DO CARMO


Nasceu na bela terra alentejana, em Portalegre, no ano de 1920. É aos 17 anos de idade que se estreia no 'Retiro da Severa' sendo logo vista como um caso sério na forma como sabia interpretar

Casada com o empresário Alfredo de Almeida abrem em pleno Bairro Alto a 'Adega da Lucília' que mais tarde ficaria com o nome de 'O Faia' até os dias de hoje.
Ali cantaram fadistas afamados e de grande estirpe. De Alfredo Marceneiro um seu grande amigo a cantar no seu espaço, ou Tristão da Silva, Berta Cardoso ou Carlos Ramos entre tantos.

Lucília tinha aquele porte muito especial. Foi ao Brasil e conquistou multidões. Gravou infelizmente poucos discos. Mas a sua voz ficou registada maravilhosamente em temas inesquecíveis. 'Maria Madalena' e 'Foi na Travessa da Palha' dois fados que ainda hoje ninguém os cantou como a grande fadista.

Era uma senhora de sorriso franco, afável, de simpatia absoluta. Nos anos 80 encontrei-a tantas vezes no 'Faia' onde trauteava ou cantava mesmo a sério os seus êxitos maiores.

Era uma estilista do fado e segundo os entendidos era a voz, a figura, aquela raça fadista que surge de tempos a tempos. Uma mulher do séc. XX que marcou toda uma época.
Mãe de Carlos do Carmo, morreu em 1999.

Carlos Castro
Adapt: Mano Belmonte

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