"AQUELE QUE NÃO PODE PERDOAR DESTROI A PONTE SOBRE A QUAL ELE MESMO DEVE PASSAR"
FELIZ NOVO ANO - 201O
MB
domingo, dezembro 27, 2009
Happy New Year (ABBA)
Frase do Dia
"A PRIMEIRA FLOR QUE FLORESCEU NA TERRA ERA UM CONVITE À CANÇÃO AINDA NÃO NASCIDA"
(Rabindeanath Tagore)
Crónica de Coimbra
Vamos todos salvar o planeta?
Os cientistas de todo o mundo, estão preocupadíssimos com as alterações externas, num sistema tão complexo como o clima global. "Se não nos juntarmos para tomar uma acção decisiva, as alterações climáticas irão devastar o nosso Planeta, e juntamente com ele a nossa prosperidade e a nossa segurança". Até agora, felizmente, as alterações climáticas têm sido subtis para a maioria de nós: são os pássaros que chegam mais cedo na Primavera, as flores que desabrocham antes... Mas, faça essa pergunta ao Agricultor, ou ao Aldeão idoso, cujas plantações, ou suas casas na aldeia, foram destruídas pela subida das águas provocada pelas inundações, pelas chuvas intensas e ácidas, geadas, incêndios e cuja caça se torna cada vez mais mal sucedida devido às respostas dos animais ao aquecimento. Para essas pessoas, o mundo parece estar
virado ao contrário. Meus Senhores: a situação é gravíssima! O Planeta está mesmo a ficar quente demais! Veja, por exemplo, o caso dos ursos polares, que estão a morrer de fome porque o gelo onde costumam caçar está a derreter. Devemos ver isto como um aviso e fazer alguma coisa antes que se torne quente demais também para nós, humanos. Os recifes de coral estão a branquear e a acidez das águas marinhas a subir. Ou seja, estão já em curso impactos significativos nos sistemas marinhos. Não podemos resolver todas estas coisas, mas podemos prevenir que outros aconteçam. E perguntamos: Quem é responsável por esta situação? Responda: Todos nós! O aquecimento global, deve-se ao resultado da concentração de dióxido de carbono na atmosfera, devido à combustão de produtos poluentes. Nas últimas décadas, esses níveis estão a subir muito rapidamente e, somos nós, que queimamos combustíveis fósseis e produzimos, assim, o efeito estufa. Mas então, se causamos este problema, também devemos ser capazes de o resolver? Bom! Revertê-lo é complicado, mas podemos, todos juntos, travar o aquecimento global se utilizarmos fontes de energia renováveis. A curto prazo, podemos abrandá-lo se investirmos na eficiência energética e não em centrais de energia antiquadas. Dito assim, parece simples. No entanto, é mais fácil esgotar as absoletas fontes de energia e depois simplesmente substituí-las pelas novas, mais limpas. Mas, tem que ser já. Agora é a altura certa. "Hoje, 56 jornais em 44 países dão o passo inédito de falar a uma só voz através de um editorial comum (sobre Copenhaga)". Fazem-no porque a humanidade enfrenta uma terrível emergência.
Sim, por todo o mundo nos últimos oito anos, o nível de consciencialização pública drasticamente. Assim sendo, a ciência tem a ver com o exercício de debater esses assuntos e impulsionar o nosso conhecimento, e não gerar consensos.
Cruz dos Santos
Coimbra/Portugal
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Crónica do Canadá
Novo Ano e a necessidade de reforma
Vivemos tempos tormentosos. Há guerras em várias partes do mundo. No nosso país de origem, o cenário político e social é desolador. Entre denúncias de corrupção e de venalidade, resta pouca fé nos homens públicos. A impunidade instiga novos desmandos. O povo mira-se nas figuras eminentes e procura encontrar no comportamento destas, justificativa para os seus próprio equívocos.
Levar vantagem parece um objectivo que se generaliza pelo corpo social. A ideia do sucesso como resultado de um esforço continuado e metódico torna-se pouco sedutora.
O famoso "desenrasca português" não significa mais criatividade, mas esperteza e falta de carácter.
Muitos indagam-se: Haverá futuro para uma sociedade assim constituída?
A história fornece-nos inúmeros exemplos de civilizações que se corromperam.
Em Roma, no período do Império, os costumes e os valores degeneraram.
O filósofo e jurista Marco Túlio Cícero era profundamente angustiado com esse estado de coisas. Deixou inúmeros escritos que donatam a sua preocupação com a corrupção que invadia a vida pública romana. Ele preocupava-se com as medidas populistas frequentemente adoptadas pelos governantes.
Tais medidas atendiam a caprichos da multidão, mas sem educá-la ou destiná-la a trabalho útil. Quem trabalhava era fortemente tributado, afim de que largos benefícios fossem concedidos pelo estado.
Era, já naqueles tempos, a prática do assistencialismo, às custas dos contribuintes.
Mas o que mais indignava Cícero era a corrupção e a troca de favores envolvendo o dinheiro público.
Ao reflectir sobre os vínculos fraternos, ele afirmou: "A primeira lei da amizade é não pedir nem conceder nada de vergonhoso".
Disse ser uma desculpa indigna, em qualquer falta, admitir que se agiu em favor de um amigo.
Bem se percebe a semelhança com a situação portuguesa actual.
Ainda vivemos sob o regime de compadrio.
O dinheiro público é manobrado entre alguns, como se fosse particular.
A humanidade evoluiu muito sob o prisma intelectual e científico. Mas, embora haja alguns avanços, permanece cega no que tange à moralidade. Em consequência, o mundo segue conturbado e carente de paz.
Na verdade, todos sofremos pela razão da falta de ética.
Se queremos viver num mundo melhor, devemo-nos empenhar em promover uma reforma ética - toda a mudança começa no indivíduo. -
É imperativa a adopção de novos hábitos.
Chega de procurar levar vantagens, de fugir dos próprios deveres.
O património público é sagrado e todos são responsáveis por ele.
O dinheiro público não existe para ser apropriado por alguns, mas para atender demandas relevantes da população.
Impõe-se a severa fiscalização da sua utilização, como o cumprimento de um dever.
Quando formamos uma sociedade consciente dos seus deveres, apenas por isso já desfrutaremos de grande tranquilidade.
Tenham um NOVO ANO muito feliz!
Pensamento da Semana
" A sociedade não é mais do que o desenvolvimento da família: Se o homem sai da família corrupto, corrupto estará para a sociedade"
(Henri Dominique Lacordaire)
Mano Belmonte
manoamano@sympatico.ca
http://manobelmontecantor.blogspot.com/
=o=o=o=o=o=o=o=
Levar vantagem parece um objectivo que se generaliza pelo corpo social. A ideia do sucesso como resultado de um esforço continuado e metódico torna-se pouco sedutora.
O famoso "desenrasca português" não significa mais criatividade, mas esperteza e falta de carácter.
Muitos indagam-se: Haverá futuro para uma sociedade assim constituída?
A história fornece-nos inúmeros exemplos de civilizações que se corromperam.
Em Roma, no período do Império, os costumes e os valores degeneraram.
O filósofo e jurista Marco Túlio Cícero era profundamente angustiado com esse estado de coisas. Deixou inúmeros escritos que donatam a sua preocupação com a corrupção que invadia a vida pública romana. Ele preocupava-se com as medidas populistas frequentemente adoptadas pelos governantes.
Tais medidas atendiam a caprichos da multidão, mas sem educá-la ou destiná-la a trabalho útil. Quem trabalhava era fortemente tributado, afim de que largos benefícios fossem concedidos pelo estado.
Era, já naqueles tempos, a prática do assistencialismo, às custas dos contribuintes.
Mas o que mais indignava Cícero era a corrupção e a troca de favores envolvendo o dinheiro público.
Ao reflectir sobre os vínculos fraternos, ele afirmou: "A primeira lei da amizade é não pedir nem conceder nada de vergonhoso".
Disse ser uma desculpa indigna, em qualquer falta, admitir que se agiu em favor de um amigo.
Bem se percebe a semelhança com a situação portuguesa actual.
Ainda vivemos sob o regime de compadrio.
O dinheiro público é manobrado entre alguns, como se fosse particular.
A humanidade evoluiu muito sob o prisma intelectual e científico. Mas, embora haja alguns avanços, permanece cega no que tange à moralidade. Em consequência, o mundo segue conturbado e carente de paz.
Na verdade, todos sofremos pela razão da falta de ética.
Se queremos viver num mundo melhor, devemo-nos empenhar em promover uma reforma ética - toda a mudança começa no indivíduo. -
É imperativa a adopção de novos hábitos.
Chega de procurar levar vantagens, de fugir dos próprios deveres.
O património público é sagrado e todos são responsáveis por ele.
O dinheiro público não existe para ser apropriado por alguns, mas para atender demandas relevantes da população.
Impõe-se a severa fiscalização da sua utilização, como o cumprimento de um dever.
Quando formamos uma sociedade consciente dos seus deveres, apenas por isso já desfrutaremos de grande tranquilidade.
Tenham um NOVO ANO muito feliz!
Pensamento da Semana
" A sociedade não é mais do que o desenvolvimento da família: Se o homem sai da família corrupto, corrupto estará para a sociedade"
(Henri Dominique Lacordaire)
Mano Belmonte
manoamano@sympatico.ca
http://manobelmontecantor.blogspot.com/
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