sábado, março 13, 2010

Crónica do Canadá

CRÓNICA DO CANADÁ

FORÇA E CORAGEM

Será que nos consideramos pessoas de coragem?
E se temos coragem, também teremos força bastante para suportar os desafios da caminhada?
Em muitas caminhadas da vida, não sabemos avaliar o que realmente necessitamos: se de força ou de coragem. E há momentos em que precisamos das duas virtudes conjugadas.
Há situações que nos exigem muita força, mas há horas em que a coragem faz-se mais necessária.
Eis alguns exemplos:
É preciso força para ser firme, mas é preciso coragem para ser gentil.
É preciso ter força para ganhar uma guerra, mas é preciso coragem para se render.
É preciso ter força para estar certo, mas é preciso coragem para admitir a dúvida ou o erro.
É preciso ter força para sentir a dor de um amigo, mas é preciso coragem para sentir as próprias dores.
É preciso ter força para esconder os próprios males, mas é preciso coragem para demonstrá-los.
É preciso ter força para suportar o abuso, mas é preciso coragem para fazê-lo parar.
É preciso ter força para fazer tudo sozinho, mas é preciso coragem para pedir apoio.
É preciso força para enfrentar os desafios que a vida oferece, mas é preciso coragem para admitir as próprias fraquezas.
É preciso força para buscar o conhecimento, mas é preciso coragem para reconhecer a própria ignorância.
É preciso força para lutar contra a desonestidade, mas é preciso coragem para resistir às suas investidas.
É preciso força para enfrentar as tentações, e é preciso coragem para não cair nas suas armadilhas.
É preciso ter força para gritar contra a injustiça, mas é preciso muita coragem para ser justo.
É preciso força para pregar a verdade, mas é preciso coragem para ser verdadeiro.
É preciso força para levantar a bandeira da paz, mas é preciso coragem para construí-la na própria intimidade.
É preciso ter força para falar, mas é preciso coragem para se calar.
É preciso força para lutar contra a insensatez, mas é preciso coragem para ser sensato.
É preciso ter força para defender os bens materiais, mas é preciso coragem para preservar o património moral.
É preciso ter força para amar, mas é preciso coragem para ser amado.
É preciso ter força para sobreviver, mas é preciso coragem para aprender a viver.
Enfim, é preciso ter muita força para enfrentar as batalhas do dia-a-dia, mas é preciso muita coragem moral, para vencer-se a si mesmo.

Força e coragem: duas virtudes com as quais podemos conquistar grandes vitórias. E a maior delas é a vitória sobre as próprias imperfeições.
A coragem de vencer-se antes de pretender vencer o próximo, de desculpar antes de esperar ser desculpado e de amar apesar das decepções e desencantos, revela o verdadeiro cristão, o legítimo homem de valor.
Por essa razão a coragem é calma, segura, fonte geradora de equilíbrio que alimenta a vida e eleva o ser aos altos cumes da glória e da felicidade total.

Pensamento da Semana
"Quanto maior a dificuldade, tanto maior é o mérito em superá-la"
(Henry Ward Beecher)


Mano Belmonte
-o-o-o-o-o-o-o-o-

Crónica de Coimbra

"NASCIDOS PARA PENSAR"!

Por mais que possamos procurar a  racionalidade, a coerência e a serenidade, nenhum ser humano é cem por cento lógico. E se por ventura, alguém conseguir atingir esta percentagem do lógico e do racional, convém fugir dele, pois será um déspota, uma "máquina" de reagir e de julgar rigidamente, estando preparado para se relacionar com máquinas e não com os imprevisíveis e contraditórios seres humanos.

Somos óptimos a julgar e a criticar os outros. Somos imbatíveis a pensar na vida de terceiros. Somos excelentes a decidir o que os outros deviam fazer. Seremos assim tão bons a pensar a nossa vida?
Muitas vezes paramos para pensar porque existimos. Ou porque razão, estamos nesse Mundo, ou como respiramos, sem nos darmos conta de que a quantidade dos nossos pensamentos nem sempre é sonónimo de qualidade. Vale a pena gerir melhor os pensamentos, pois grande parte do nosso bem-estar depende da nossa arquitectura mental. Teremos mais e melhor qualidade da vida quanto maior for o apuro dos nossos pensamentos. Como dizem os especialistas, cumpre ao homem actuar primeiro no seu mundo intelectual para aprender a lidar com o mundo social. Somos humanos e "nascidos para pensar", e não máquinas para sermos comandados. Pensar é, a manisfestação mais sublime da inteligência. Acontece que todos pensamos mas nem todos desenvolvemos qualitativamente a arte de pensar. Se pudéssemos comparar a lista de homens com inteligência superior com a dos que investiram em sabedoria, verificávamos que esta última é menor.

"A mente só consegue resolver os problemas de sobrevivência se for treinada, equipada, educada. Uma vez equipada com os códigos da inteligência, a capacidade de resolução mental ultrapassa os limites da lógica, adquire uma versatibilidade inatingível por parte dos computadores". O ódio e o amor, a arrogância e a humildade nascem em fontes muito próximas, em fontes que transcendem os limites das leis da matemática no indecifrável e imprevisível mundo da mente humana. Consequentemente, quem aprende a decifrar os mais escelentes códigos da inteligência abandona o mundo intolerante, inflexível da lógica, dos números e humaniza-se. Torna-se paulatinamente resistente mas, simultaneamente, maleável, solidário, sensível, compassivo, paciente, generoso e magnânimo. Quantos mais códigos decifra, mais humano se torna um indivíduo, deixando de ser, um deus rígido e auto-suficiente. Infelizmente, como não aprendemos a decifrar os códigos, existem mais "deuses" ignorantes do que seres humanos na Terra, daí a sermos tratados,estatisticamente, por números, após acidentes mortais, e não como seres humanos... como deverímos ser todos tratados, porque "toda a gente é pessoa"!

Cruz dos Santos
Coimbra/Portugal  

-o-o-o-o-o-o-o-