quinta-feira, agosto 23, 2012

O Dia em Imagens

UM MÊS APÓS RECEBER O SEU PRIMEIRO
LICENCIAMENTO, AO FIM DE 26 ANOS EM 
FUNCIONAMENTO, O JARDIM ZOOLÓGICO
DA MAIA ACOLHEU  NAS SUAS INSTALAÇÕES
"MAIS DIGNAS" NOVOS ANIMAIS QUE VÃO
BENEFICIAR DAS OBRAS DE AMPLIAÇÃO QUE
DECORREM ATÉ OUTUBRO.
(CM)
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quinta-feira, agosto 16, 2012

O dia em imagens

O GRUPO DE AMIGOS DO MUSEU DA MARINHA,
ORGANIZOU ONTEM UM DESFILE DE AUTOMÓVEIS
HISTÓRICOS PELAS RUAS DA CAPITAL NO ÂMBITO
DO 50.o ANIVERSÁRIO DA ABERTURA DO MUSEU.
(Jorge Paula/CM)
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terça-feira, agosto 14, 2012

Fotogaleria: As catacumbas de Paris

Fotogaleria: As catacumbas de Paris: Cerca de 6 milhões de cadáveres estão sepultados na rede de catacumbas subterrâneas de Paris, que ultrapassa os 321 quilómetros

As 10 melhores cidades do mundo para viver

As 10 melhores cidades do mundo para viver: A revista ´The Economist` voltou a eleger as melhores cidades de 2012 tendo em conta áreas verdes, bens colturais, poluição e expansão urbana. Nenhuma é portuguesa

domingo, agosto 12, 2012

O dia em imagens

É UMA HISTÓRIA QUE ESTÁ A EMOCIONAR O MUNDO.
UMA CADELA DÁLMATA, ZOE, ADOTOU, UMA OVELHA
ORFÃ, NA AUSTRÁLIA, QUE SE PARECE COM SUA RAÇA
DEVIDO ÀA MANCHAS PRETAS E BRANCAS.
(Julie Bolton/EPA/CM)
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sábado, agosto 11, 2012

O dia em Imagens

OS 17 100 PARTICIPANTES DO ACAMPAMENTO
NAC. DE ESCUTEIROS DE IDANHA-A-NOVA, CASTELO
BRANCO, JUNTARAM-SE DURANTE UM MINUTO PARA
BATER O RECORDE DO MAIOR ABRAÇO DO MUNDO.
O ACTUAL RECORDE É DE 10.554 PESSOAS.
O ABRAÇO FOI FILMADO E FOTOGRAFADO E ENVIADO
PARA O GUINESS 
(Edgar Martins-CM)
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quinta-feira, agosto 09, 2012

Imagens do Dia

O LIVRO TEM MIL ANOS E ESTEVE EM PERIGOS:
EM 2009, OS ARQUIVOS MUNICIPAIS DE COLÓNIA,
NA ALEMANHA, RUIRAM E O EVANGELHO DE
SÃO GERÓNIMO FICOU DANIFICADO. TRÊS ANOS
DEPOIS FOI RESTAURADO E PODE SER APRECIADO 
NA CIDADE ALEMÃ DE MAGDEBURGO
(CM)
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quarta-feira, agosto 08, 2012

SILÊNCIO E ORAÇÃO


SILÊNCIO E ORAÇÃO

A tradição espiritual e ascética sempre reconheceu a essencialidade do silêncio para um verdadeiro caminho espiritual e de oração. "A oração tem como pai o silêncio e como mãe a solidão, disse um grande homem espiritual. Só o silêncio, de facto, torna possível a escuta, isto é, o acolhimento em si não só da Palavra, mas também da presença daquele que fala. Assim, o silêncio abre o cristão à experiência da inabitação de Deus: O Deus que procuramos seguindo na fé de Cristo ressuscitado, é o Deus que não é estranho a nós mas habita em nós. Diz Jesus no quarto Evangelho: "Se alguém me tem amor, há de guardar a minha palavra; e o meu Pai o amará, e nós viremos a Ele e Nele faremos morada" (Jo 14,23). O silêncio é linguagem de amor, de profundidade, de presença do outro.

Infelizmente, hoje o silêncio é raro, é a coisa que mais falta ao homem moderno, assoberbado por murmúrios, bombardeado por mensagens sonoras e visuais, derrubado da sua interioridade, quase caído longe dela.

É preciso confessar: temos necessidade do silêncio! Temos necessidade dele de um ponto de vista puramente antropológico, porque o homem, que é um ser de relação, comunica de modo equilibrado e significativo apenas graças à relação harmónica entre a palavra e silêncio. Contudo, temos necessidade de silêncio também do ponto de vista espiritual, como alimento primário da nossa oração e da vida interior. Para o cristianismo o silêncio é uma dimensão não apenas antropológica, mas teológica: sozinho no monte Horeb, o profeta Elias ouviu primeiro um vento impetuoso, depois um terramoto, em seguida um fogo e por fim o "murmúrio de uma brisa suave" (1 Re 19,12). Ao ouvir esta última, Elias cobriu o rosto com um manto e colocou-se na presença de Deus. Deus torna-se presente a Elias no silêncio eloquente. A revelação do Deus bíblico não passa só pela palavra, mas acontece também no silêncio.

Inácio de Antioquia diz que Cristo é " a Palavra que procede do silêncio". O Deus que se revela no silêncio e na palavra exige a escuta do homem e para a escuta é essencial o silêncio. Não se trata, por certo, de abster-se simplesmente de falar, mas do silêncio interior, aquela dimensão que nos devolve a nós próprios, que nos coloca sobre o plano do ser, diante do essencial. "No silêncio está inserido um maravilhoso poder de observação, de clarificação, de concentração sobre as coisas essenciais" (Dietrich Bonhoeffer). É do silêncio que pode nascer uma palavra aguda, penetrante, comunicativa, sensata, luminosa, ousaria mesmo dizer terapêutica, capaz de consolar. O silêncio é o guardião da interioridade.

É verdade que se trata de um silêncio definido tão negativamente como sobriedade e disciplina no falar, até  chegar à abstenção das palavras, mas que passa deste primeiro momento para uma dimensão interior, isto é, o fazer calar os pensamentos, as imagens, as revoltas, os juízos, os murmúrios que nascem no coração.

De facto, é "do interior do coração dos homens que saem os maus pensamentos" (Mc 7,21). É difícil o silêncio interior, aquele que se joga no coração, lugar de luta espiritual, mas este silêncio profundo gera caridade, atenção, acolhimento, empatia diante do outro.

Sim, o silêncio escava no mais profundo de nós um espaço para fazer habitar o Outro,  para deixar permanecer na sua Palavra, para radicar em nós o amor pelo Senhor; ao mesmo tempo, em ligação a isto, dispõe-nos à escuta inteligente, à palavra medida, ao discernimento do coração do outro, daquilo que o queima no seu íntimo e que está encerrado no silêncio do qual nascem as suas palavras. O silêncio, então aquele silêncio, suscita em nós a cridade, o amor pelo irmão e, por consequência, a capacidade de intercessão, de oração pelo outro, bem como a ação de graças pelo encontro que aconteceu. Assim o duplo mandamento do amor de Deus e do próximo é cumprido por quem sabe guardar o silêncio. Por isso, Basílio pôde dizer: " O silencioso torna-se fonte de graça para quem escuta". Neste ponto, pode repetir-se, sem receio de cair em mera retórica, a firmação de E.Rostand: " O silêncio é o canto mais perfeito, a oração mais alta". Ao conduzir à escuta de Deus e ao amor pelo irmão, à caridade autêntica, isto é, à vida em Cristo ( e não a um vazio interior genérico e estéril), o silêncio é oração verdadeiramente cristã e agradável a Deus. É este o silêncio que chega a nós de uma longa história espiritual, e o silêncio procurado e praticado pelos hesicastas para obter a unificação do coração, é o silêncio do qual é rica a linguagem poética, é o silêncio que constitui a própria matéria da música, é o silêncio essencial a qualquer ato comunicativo.

O silêncio, acontecimento de profundidade e de unificação, torna eloquente o corpo, conduzindo-nos a habitar o nosso corpo, a habitar a nossa vida interior, guiando-nos ao habitare secum tão precioso para a tradição monástica. O corpo habitado pelo silêncio torna-se revelação da pessoa, O cristianismo contempla Jesus como Palavra feita carne, mas também como silêncio de Deus: os evangelhos mostram um Jesus que, quanto mais se adentra na paixão, cada vez mais se cala, entra no silêncio, como cordeiro sem voz, como aquele que, conhecendo a verdade, sabendo o indizível fundo da realidade, não pode nem quer trair o inefável com a palavra, mas guarda-o com o silêncio. Jesus que "não abre a sua boca" mostra o silêncio como aquilo que é verdadeiramente forte, faz do seu silêncio um ato, uma ação. E precisamente por isso poderá fazer também da sua morte um ato, um gesto de um vidente, para que seja claro que por trás da palavra e do silêncio, aquilo que é verdadeiramente salvífico é o amor que vivifica um ao outro.

Por FR. ENZO BIANCHI
(Prior da Comunidade Monástica de Bose, Itália)
Adaptação: Mano Belmonte


segunda-feira, agosto 06, 2012