VICTOR HUGO
Quando morreu, no século XIX (1802-1885), Victor Hugo arrastou nada menos que dois milhões de acompanhantes no seu cortejo fúnebre, em plena Paris.
Lutador das causas sociais, defensor dos oprimidos, divulgador do ensino e da educação.
O genial literato deixou textos inéditos que, por vontade sua, sómente foram publicados após a sua morte. Um deles fala exactamente do homem e da mortalidade e se traduz mais ou menos nas seguintes palavras:
" A morte não é o fim de tudo. Ela não é senão o fim de uma coisa e o começo de outra.
Na morte o homem acaba e a alma começa.
Que digam esses que atravessam a hora fúnebre, a última alegria, a primeira do luto.
Digam se não é verdade que ainda há ali alguém, e que não acabou tudo ?
Eu sou uma alma.
Bem sinto que o que darei ao túmulo não é o meu eu, o meu ser.
O que constitiu o meu eu, irá além.
O homem é um prisioneiro.
O prisioneiro escala penosamente os muros da sua masmorra.
Coloca o pé em todas as saliências e sobe até ao respiradouro.
Aí, olha, distingue ao longe a campina, aspira o ar livre, vê a luz.
Assim é o homem.
O prisioneiro não duvida que encontrará a claridade do dia, a liberdade.
Como pode o homem duvidar se vai encontrar a eternidade à sua saída?
Por que não possuirá ele um corpo subtil, etéreo. De que o nosso corpo humano não pode ser senão um esboço grosseiro ?
A alma tem sede do absoluto e o absoluto não é deste mundo. É por demais pesado para esta terra.
O mundo luminoso é o mundo invisível.
O mundo do luminoso é o que não vemos.
Os nossos olhos carnais só vêem a noite.
A morte é uma mudança de revestimenta.
A alma, que estava vestida de sombra, vai ser vestida de luz.
Na morte o homem fica sendo imortal.
A vida é o poder que tem o corpo de manter a alma sobre a terra, pelo peso que faz nela.
A morte é uma continuação.
Para além das sombras, estende-se o brilho da eternidade.
As almas passam de uma esfero para outra, tornam-se cada vez mais luz. Aproximam-se cada vez mais e mais de Deus.
O ponto de reunião é no infinito.
Aquele que dorme e desperta, desperta e vê que é homem.
Aquele que é vivo e morre, desperta e vê que é Espírito."
* * * * * *
Pesquisa e adaptação: Mano Belmonte
manoamano@sympatico.ca
http://manobelmontecantor.blogspot.com
Quando morreu, no século XIX (1802-1885), Victor Hugo arrastou nada menos que dois milhões de acompanhantes no seu cortejo fúnebre, em plena Paris.
Lutador das causas sociais, defensor dos oprimidos, divulgador do ensino e da educação.
O genial literato deixou textos inéditos que, por vontade sua, sómente foram publicados após a sua morte. Um deles fala exactamente do homem e da mortalidade e se traduz mais ou menos nas seguintes palavras:
" A morte não é o fim de tudo. Ela não é senão o fim de uma coisa e o começo de outra.
Na morte o homem acaba e a alma começa.
Que digam esses que atravessam a hora fúnebre, a última alegria, a primeira do luto.
Digam se não é verdade que ainda há ali alguém, e que não acabou tudo ?
Eu sou uma alma.
Bem sinto que o que darei ao túmulo não é o meu eu, o meu ser.
O que constitiu o meu eu, irá além.
O homem é um prisioneiro.
O prisioneiro escala penosamente os muros da sua masmorra.
Coloca o pé em todas as saliências e sobe até ao respiradouro.
Aí, olha, distingue ao longe a campina, aspira o ar livre, vê a luz.
Assim é o homem.
O prisioneiro não duvida que encontrará a claridade do dia, a liberdade.
Como pode o homem duvidar se vai encontrar a eternidade à sua saída?
Por que não possuirá ele um corpo subtil, etéreo. De que o nosso corpo humano não pode ser senão um esboço grosseiro ?
A alma tem sede do absoluto e o absoluto não é deste mundo. É por demais pesado para esta terra.
O mundo luminoso é o mundo invisível.
O mundo do luminoso é o que não vemos.
Os nossos olhos carnais só vêem a noite.
A morte é uma mudança de revestimenta.
A alma, que estava vestida de sombra, vai ser vestida de luz.
Na morte o homem fica sendo imortal.
A vida é o poder que tem o corpo de manter a alma sobre a terra, pelo peso que faz nela.
A morte é uma continuação.
Para além das sombras, estende-se o brilho da eternidade.
As almas passam de uma esfero para outra, tornam-se cada vez mais luz. Aproximam-se cada vez mais e mais de Deus.
O ponto de reunião é no infinito.
Aquele que dorme e desperta, desperta e vê que é homem.
Aquele que é vivo e morre, desperta e vê que é Espírito."
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Pesquisa e adaptação: Mano Belmonte
manoamano@sympatico.ca
http://manobelmontecantor.blogspot.com
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