Um pouco sobre o FADO
A palavra fado vem do latim fatum, ou seja, "destino". De origem obscura, terá surgido provávelmente na primeira metade do século XIX.
Uma explicação popular para a origem do fado de Lisboa remete para os cânticos dos Mouros, que permeneceram no bairro da Mouraria, na cidade de Lisboa após a reconquista Cristã. A dolência e a melancolia, tão comuns no Fado, teriam sido herdadas daqueles cantos. No entanto, tal explicação é ingénua de uma perspectiva.
Mais plausivelmente, a origem do fado parece despontar da imensa popularidade nos séculos XVIII e XIX da 'Modinha', e da sua síntese popular com outros géneros afins, como o 'Lundu', no então rico caldo de culturas presentes em Lisboa, tendo como resultado a extraordinária canção urbana conhecida como "fado".
Na primeira metade do século XX, foi adquirindo grande riqueza melódica e complexidade rítmica, tornando-se mais literário e mais artístico. Os versos populares são substituídos por versos elaborados e começam a ouvir-se as décimas, as quintilhas, as sextilhas, os alexandrios e os decassílabos.
Durante as décadas de 30 e 40, o cinema, o teatro e a rádio vão projectar esta canção para o grande público, tornando-a de alguma forma mais comercial. A figura do fadista nasce como artista. Esta foi a época de ouro do fado onde os tocadores, cantores saem das vielas e recantos escondidos para brilharem nos palcos do teatro, nas luzes do cinema, para serem ouvidos na rádio ou em discos.
Surgem então as Casa de Fado e com elas o lançamento do artista de fado profissional.
Para se poder cantar nestas Casas era necessário carteira profissional e um reportório visado pela Comissão de Censura, bem como, um estilo próprio e boa aparência. As casas proporcionavam também um ambiente de convívio e o aparecimento de letristas, compositores e intérpretes.
Os artistas que cantam o fado trajavam de negro. É no silêncio da noite, com o mistério que a envolve, que se deve ouvir, com uma "alma que sabe escutar", esta canção, que nos fala de sentimentos profundos da alma portuguesa. É este o fado que faz chorar as guitarras...
O fadista canta o sofrimento, a saudade de tempos passados, a saudade de um amor perdido, a tragédia, a desgraça, a sina e o destino, a dor, amor e ciúme, a noite, as sombras, os amores, a cidade, as misérias da vida, critica a sociedade...
Pesquisa e texto: Mano Belmonte
manoamano@sympatico.ca
http://manobelmontecantor.blogspot.com
A palavra fado vem do latim fatum, ou seja, "destino". De origem obscura, terá surgido provávelmente na primeira metade do século XIX.
Uma explicação popular para a origem do fado de Lisboa remete para os cânticos dos Mouros, que permeneceram no bairro da Mouraria, na cidade de Lisboa após a reconquista Cristã. A dolência e a melancolia, tão comuns no Fado, teriam sido herdadas daqueles cantos. No entanto, tal explicação é ingénua de uma perspectiva.
Mais plausivelmente, a origem do fado parece despontar da imensa popularidade nos séculos XVIII e XIX da 'Modinha', e da sua síntese popular com outros géneros afins, como o 'Lundu', no então rico caldo de culturas presentes em Lisboa, tendo como resultado a extraordinária canção urbana conhecida como "fado".
Na primeira metade do século XX, foi adquirindo grande riqueza melódica e complexidade rítmica, tornando-se mais literário e mais artístico. Os versos populares são substituídos por versos elaborados e começam a ouvir-se as décimas, as quintilhas, as sextilhas, os alexandrios e os decassílabos.
Durante as décadas de 30 e 40, o cinema, o teatro e a rádio vão projectar esta canção para o grande público, tornando-a de alguma forma mais comercial. A figura do fadista nasce como artista. Esta foi a época de ouro do fado onde os tocadores, cantores saem das vielas e recantos escondidos para brilharem nos palcos do teatro, nas luzes do cinema, para serem ouvidos na rádio ou em discos.
Surgem então as Casa de Fado e com elas o lançamento do artista de fado profissional.
Para se poder cantar nestas Casas era necessário carteira profissional e um reportório visado pela Comissão de Censura, bem como, um estilo próprio e boa aparência. As casas proporcionavam também um ambiente de convívio e o aparecimento de letristas, compositores e intérpretes.
Os artistas que cantam o fado trajavam de negro. É no silêncio da noite, com o mistério que a envolve, que se deve ouvir, com uma "alma que sabe escutar", esta canção, que nos fala de sentimentos profundos da alma portuguesa. É este o fado que faz chorar as guitarras...
O fadista canta o sofrimento, a saudade de tempos passados, a saudade de um amor perdido, a tragédia, a desgraça, a sina e o destino, a dor, amor e ciúme, a noite, as sombras, os amores, a cidade, as misérias da vida, critica a sociedade...
Pesquisa e texto: Mano Belmonte
manoamano@sympatico.ca
http://manobelmontecantor.blogspot.com
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