À descoberta de uma cidade "adoravelmente excêntrica"
Lisboa é tema de um artigo publicado no jornal britânico Financial Times, que lhe dedica uma secção, sugerindo a cidade para uma "escapadinha" de fim-de-semana, tendo em conta a diversidade e a modernidade da oferta turística que a caracteriza.
O artigo de duas páginas, ilustrado com fotografias de uma Lisboa histórica a par de outra vanguardista, é assinado pelo jornalista Paul Richardson, que a descreve como uma cidade "adoravelmente excêntrica", determinada a preservar o seu espírito único, a sua herança e as suas tradições, numa altura em que, cada vez mais, as metrópoles se assemelham.
O paralelismo entre o antigo e o moderno é constante ao longo de todo o artigo, publicado na edição de 7 de Fevereiro do suplemento "How to spend it", e que inclui descrições de locais emblemáticos que, actualmente, têm uma funcionalidade bem diferente da original.
É o caso das docas que, muito mais de que um mero porto de abrigo, são agora cenário de diversão, apresentando uma oferta variada a nível de discotecas, bares, restaurantes e galerias de arte que, segundo o autor, "bem podiam estar localizados em Ibiza ou Miami".
O jornalista realça, ainda, a rede de metropolitano, "super-moderna", que transporta o visitante a qualquer lugar de modo rápido, eficiente e "sem multidões", por oposição aos eléctricos que dão a conhecer "a notavelmente estranha topografia lisboeta".
A este propósito, o autor onterroga-se: "como é possível que uma forma tão antiga de transporte público tenha sobrevivido enquanto parte vital da infra-estrutura urbana?".
Paul Richerdson dá um enfoque especial aos bairros históricos de Lisboa, onde se pode sentir, de tempos a tempos, "o aroma de sardinha assada" e saborear a famosa ginginha, "o aperitivo lisboeta por escelência".
A gastronomia da capital portuguesa, um dos produtos turísticos que pesa, cada vez mais, na hora de escolher um destino, e, em particular, alguns restaurante de cozinha tradicional e de autor, que oferecem "versões irónicas de pratos típicos", não passam despercebidos ao atento jornalista.
A oferta hoteleira lisboeta é, também, motivo de destaque. Com o aparecimento de uma nova geração de pequenos hotéis de charme e com a reabilitação de unidades já reconhecidas que oferecem uma nova variedade de serviços, o autor garante que a oferta "melhorou consideravelmente nos últimos anos".
Lisboa, tal como Roma, está construída sobre sete colinas, e, a partir de cada uma delas, o visitante é surpreendido por uma panorâmica única, rematada pelo "romântico" estuário do Tejo. " O tempo passa sem darmos por isso, enquanto bebemos um café e comemos um bolo num dos cafés históricos", frisa Paul Richardson.
Estas o outras "delícias" podem ainda ser descobertas em pequenos museus, como os dedicados ao teatro, à música, aos coches, aos azulejos, às marionetes, à água, ao ar, à electricidade e à farmácia, entre tantos outros que Lisboa oferece.
E, para quem gosta de fado, uma visita a Lisboa é, sem dúvida, obrigatória. "O fado é a canção de Lisboa", que surgiu no século XIX e atingiu o apogeu com artistas como Alfredo Marceneiro e Amália Rodrigues.
Para terminar. o Financial Times adianta que, para conhecer Lisboa, nada melhor do que meter pernas ao caminho e percorrer, demoradamente, os bairros históricos, saborear a gastronomia nos muitos e bons restaurantes existentes e conhecer os monumentos que identificam a cidade.
"Imperdível" é, também, a leitura de uma cópia do guia de Fernando Pessoa "Lisboa: o que turista deve ver", recentemente descoberto entre os trabalhos não publicados do poeta. Além de descrever a verdadeira natureza da cidade, trata-se de um "excelente guia de viagem", que continua actual apesar de ter sido escrito em 1925.
O Financial Times é considerado um jornal de elevada reputação, sendo um dos diários mais lidos por líderes empresariais. Com três edições diárias - no Reino Unido, nos Estados Unidos da América e na Ásia - o jornal é distribuído em 23 cidades.
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