Seria Melhor saber o futuro ?
Por António Rego
Não é por acaso que o mundo inteiro dá saltos de espanto, festa e medo nos primeiros momentos de cada ano. Nem todos dizem, cantam ou dançam o mesmo. Há um culto ritual, um desejo de espantar o mal, o medo, a guerra, a dor, a morte. Quase todos arrancam para a festa com a experiência de duros e fantásticos dias vividos num passado, próximo ou longínquo, pintado de tempo. O advir é um atalho de mil caminhos que pode desembocar em mil alegrias ou prantos. Tudo isso se encaixa no tempo que nos é dado viver. Com todas as hipóteses e nenhuma certeza definitiva.
Trata-se do futuro. E o futuro como dizem os crentes e não poucos ateus, a Deus pertence.
Nada passa apenas no singular. Todos vivem, convivem, estão ligados a uma família ou a um grupo de amigos. E nessa esfera de relações há íntimos frágeis, idosos, crianças, filhos, irmãos, pais. Afectos e rancores, desejos e repulsas. Mesmo os solitários que vivem a milhas de todos, têm um repente de irmão, pai ou amigo, no momento de aflorarem a porta do futuro que ninguém adivinha como se abrirá e quem por ela poderá passar.
Assim vivemos, envoltos neste mistério que astrólogos e cartomantes procuram explorar e vender nas franjas da magia ou adivinhação. Olham para os astros, olham para o tempo, fixam-se na palma da mão e dizem o possível, tão convictos do futuro como o apostador do euromilhões que esgota o mais rigoroso cálculo de probabilidade sem nunca lá chegar. Ou lá chega contra todas as lógicas.
Nas mãos de Deus está o futuro. Mas também nas nossas. Com a nossa cumplicidade se levantam as muralhas de guerra e paz, os frutos da justiça e da opressão, abraços de festa ou as armas de morte. Temos o cordelinhos de muitos acontecimentos. Falta-nos a chave da história. Que, como o futuro, a Deus pertence. Para nós, previsões seguras só no fim do jogo. E ainda bem.
=o=o=o=o=o=
Por António Rego
Não é por acaso que o mundo inteiro dá saltos de espanto, festa e medo nos primeiros momentos de cada ano. Nem todos dizem, cantam ou dançam o mesmo. Há um culto ritual, um desejo de espantar o mal, o medo, a guerra, a dor, a morte. Quase todos arrancam para a festa com a experiência de duros e fantásticos dias vividos num passado, próximo ou longínquo, pintado de tempo. O advir é um atalho de mil caminhos que pode desembocar em mil alegrias ou prantos. Tudo isso se encaixa no tempo que nos é dado viver. Com todas as hipóteses e nenhuma certeza definitiva.
Trata-se do futuro. E o futuro como dizem os crentes e não poucos ateus, a Deus pertence.
Nada passa apenas no singular. Todos vivem, convivem, estão ligados a uma família ou a um grupo de amigos. E nessa esfera de relações há íntimos frágeis, idosos, crianças, filhos, irmãos, pais. Afectos e rancores, desejos e repulsas. Mesmo os solitários que vivem a milhas de todos, têm um repente de irmão, pai ou amigo, no momento de aflorarem a porta do futuro que ninguém adivinha como se abrirá e quem por ela poderá passar.
Assim vivemos, envoltos neste mistério que astrólogos e cartomantes procuram explorar e vender nas franjas da magia ou adivinhação. Olham para os astros, olham para o tempo, fixam-se na palma da mão e dizem o possível, tão convictos do futuro como o apostador do euromilhões que esgota o mais rigoroso cálculo de probabilidade sem nunca lá chegar. Ou lá chega contra todas as lógicas.
Nas mãos de Deus está o futuro. Mas também nas nossas. Com a nossa cumplicidade se levantam as muralhas de guerra e paz, os frutos da justiça e da opressão, abraços de festa ou as armas de morte. Temos o cordelinhos de muitos acontecimentos. Falta-nos a chave da história. Que, como o futuro, a Deus pertence. Para nós, previsões seguras só no fim do jogo. E ainda bem.
=o=o=o=o=o=
Sem comentários:
Enviar um comentário