Em memória da Ana Nascimento
Depois de um inverno demasiado longo e pesado, o mês de Maio surgiu como uma benção. O sol radioso, a temperatura cálida, as árvores que rebentam em verdes tenros, as flores que despontam em sonfonias de cor, trazem a vibração do milagre da vida. É tudo tão intenso que nos deixamos embalar por certezas.
Mas de repente, neste Maio, o dia 19 surgiu negro, apesar do sol e do céu azul. Durante a noite, o aviso de tempestade chegou-me através de um lacónico e-mail da Odete Nascimento, a generosa e empenhada Directora da Casa de São Cristóvão: "A Ana está muito mal no intensive care, por favor rezem". Rezei o terço na angústia incontornável de quem está muito castigado pela vida, mas também na inabalável esperança de quem tem fé.
A noite foi de insuportável insónia. A manhã chegou com o trovão medonho da notícia da morte da Ana, logo transformado em nuvem negra que por completo toldou este Maio de promessa.
Como eu me sentia feliz e alegre quando encontrava a Ana!
Ela era uma jovem solar, luminosa, de cujo sorriso e olhar escorria a alegria, a bondade, a doçura. Quantas vezes a observei abraçando os portugueses idosos, cheia de carinho, naquelas pequenas festas da Casa de São Cristóvão. Da Ana esperávamos uma vida longa, fecunda, que traria alegria a quantos a rodeassem.
Diz-se que Deus põe mais à prova os que mais ama. A ser assim, a Odete e o Carlos Nascimento, toda aquela família, são muito amados por Deus porque eu não sei de maior dor do que perder um filho. Uma dor irremediável para a qual não há palavras.
Sei, como todos os crentes sabem, que a morte é o princípio da vida eterna. Tenho a certeza que a Ana está em Deus, solta e feliz como uma flor de primavera infinita. Mas sou humana, sou frágil, e saber que a Ana vai a sepultar nesta sexta-feira, deixa-me de coração partido.
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Depois de um inverno demasiado longo e pesado, o mês de Maio surgiu como uma benção. O sol radioso, a temperatura cálida, as árvores que rebentam em verdes tenros, as flores que despontam em sonfonias de cor, trazem a vibração do milagre da vida. É tudo tão intenso que nos deixamos embalar por certezas.
Mas de repente, neste Maio, o dia 19 surgiu negro, apesar do sol e do céu azul. Durante a noite, o aviso de tempestade chegou-me através de um lacónico e-mail da Odete Nascimento, a generosa e empenhada Directora da Casa de São Cristóvão: "A Ana está muito mal no intensive care, por favor rezem". Rezei o terço na angústia incontornável de quem está muito castigado pela vida, mas também na inabalável esperança de quem tem fé.
A noite foi de insuportável insónia. A manhã chegou com o trovão medonho da notícia da morte da Ana, logo transformado em nuvem negra que por completo toldou este Maio de promessa.
Como eu me sentia feliz e alegre quando encontrava a Ana!
Ela era uma jovem solar, luminosa, de cujo sorriso e olhar escorria a alegria, a bondade, a doçura. Quantas vezes a observei abraçando os portugueses idosos, cheia de carinho, naquelas pequenas festas da Casa de São Cristóvão. Da Ana esperávamos uma vida longa, fecunda, que traria alegria a quantos a rodeassem.
Diz-se que Deus põe mais à prova os que mais ama. A ser assim, a Odete e o Carlos Nascimento, toda aquela família, são muito amados por Deus porque eu não sei de maior dor do que perder um filho. Uma dor irremediável para a qual não há palavras.
Sei, como todos os crentes sabem, que a morte é o princípio da vida eterna. Tenho a certeza que a Ana está em Deus, solta e feliz como uma flor de primavera infinita. Mas sou humana, sou frágil, e saber que a Ana vai a sepultar nesta sexta-feira, deixa-me de coração partido.
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