O nosso Portugal querido...!
Desventrado, retalhado em fracções...este "jardim à beira mar plantado", lá vai sobrevivendo debaixo de um "temporal" de corruptos e não só! Somos uma ponte de terra a entrar pelo oceano adentro. Os ventos que nos trazem as chuvas ácidas, trazem-nos também sementes de toda a bacia mediterrânea, do Norte de África, do Norte da Europa, Brasil, do México e agora até da Guiné, São Tomé, Ucrânia, Polónio, e Cuba! Tudo vem cá parar! Não plantado, mas semeado à beira mar, pelas sementes trazidas pelos ventos, em Portugal tudo se dá, desde cactos, vindos das securas mexicanas, passando pelos líquenes, até bananeiras tropicais e outros "manjericos" pertencentes " à raia miúda", ou aos "raios que os partam a todos"!
E homens houve, no tempo dos Descobrimentos, que de mais remotas paragens nos trouxeram espécimes exóticos que por cá vegetam. Não nos falta nada! Foi a tuberculose, as hepatites, as cirroses, a droga, seguido dos HIV (Sida) e, actualmente até os vírus da gripe dos tipos A e B, que estão normalmente associados a epidemias que podem originar hospitalizações ou morte. Tudo por cá tem passado. Das culturas tradicionais, entre nós, destacava-se da vinha. Tempos houve em que se disse que "beber vinho dá de comer a um milhão de portugueses". Hoje, diz-se: "beber vinho...dá uma diarreia danada a dois milhões de "Tugas"! Está tudo mudado. Mudam-se os tempos e mudam-se as vergonhas. É que, naquela altura, perseguiam-se os "mixordeiros", e estes, eram presos e "arrotavam" com pesadas multas. Hoje, com esta coisa da União Europeia, tendes vinhos loteados. Vive-se de expedientes. A contingência dos crimes económicos retira-lhes frequentemente a censura ética por parte das populações. O que, se no caso dos contrabandistas tem conotações românticas, no dos "mixordeiros" a uma atitude que leva a minimizar as normas morais, que é o chamado laxismo!
Pelo menos o chamado vinho do Porto continuará a provir das encostas alcantiladas do Douro, esperamos todos. Graças à Grã-Bretanha. É que as culturas forrageiras sempre foram incipientes. Tínhamos hortas, alguns pomares; tínhamos pesca (boa sardinha, peixe espada, carapau, polvo e outros). Tínhamos uma agricultura, com boa uva, doces laranjas, dióspires, boas peras, bananas da Madeira, maçãs, cereja, ameixas, pêssegos, etc., etc...Hoje...temos mangas, cajus, maçã da Índia, e outras frutas oriundas do equador, da Venezuela, do Brasil e do "Cú de Judas"! Até os pinhais, que fizeram ouvir uma "voz da Terra ansiando pelo mar", fruto da visão ampla de um rei "plantador de naus a haver", na metáfora arguta do poeta, vão sendo substituídos por eucaliptais, para a produção da pasta do papel, sôfregos que secam a terra. Nesta época de busca de lucros rápidos ninguém mais replanta um pinhal que leva quarenta anos a fazer-se!
Ai Portugal, Portugal...quem te viu e quem te vê?!
Cruz dos Santos
Coimbra/Portugal
=o=o=o=o=
Desventrado, retalhado em fracções...este "jardim à beira mar plantado", lá vai sobrevivendo debaixo de um "temporal" de corruptos e não só! Somos uma ponte de terra a entrar pelo oceano adentro. Os ventos que nos trazem as chuvas ácidas, trazem-nos também sementes de toda a bacia mediterrânea, do Norte de África, do Norte da Europa, Brasil, do México e agora até da Guiné, São Tomé, Ucrânia, Polónio, e Cuba! Tudo vem cá parar! Não plantado, mas semeado à beira mar, pelas sementes trazidas pelos ventos, em Portugal tudo se dá, desde cactos, vindos das securas mexicanas, passando pelos líquenes, até bananeiras tropicais e outros "manjericos" pertencentes " à raia miúda", ou aos "raios que os partam a todos"!
E homens houve, no tempo dos Descobrimentos, que de mais remotas paragens nos trouxeram espécimes exóticos que por cá vegetam. Não nos falta nada! Foi a tuberculose, as hepatites, as cirroses, a droga, seguido dos HIV (Sida) e, actualmente até os vírus da gripe dos tipos A e B, que estão normalmente associados a epidemias que podem originar hospitalizações ou morte. Tudo por cá tem passado. Das culturas tradicionais, entre nós, destacava-se da vinha. Tempos houve em que se disse que "beber vinho dá de comer a um milhão de portugueses". Hoje, diz-se: "beber vinho...dá uma diarreia danada a dois milhões de "Tugas"! Está tudo mudado. Mudam-se os tempos e mudam-se as vergonhas. É que, naquela altura, perseguiam-se os "mixordeiros", e estes, eram presos e "arrotavam" com pesadas multas. Hoje, com esta coisa da União Europeia, tendes vinhos loteados. Vive-se de expedientes. A contingência dos crimes económicos retira-lhes frequentemente a censura ética por parte das populações. O que, se no caso dos contrabandistas tem conotações românticas, no dos "mixordeiros" a uma atitude que leva a minimizar as normas morais, que é o chamado laxismo!
Pelo menos o chamado vinho do Porto continuará a provir das encostas alcantiladas do Douro, esperamos todos. Graças à Grã-Bretanha. É que as culturas forrageiras sempre foram incipientes. Tínhamos hortas, alguns pomares; tínhamos pesca (boa sardinha, peixe espada, carapau, polvo e outros). Tínhamos uma agricultura, com boa uva, doces laranjas, dióspires, boas peras, bananas da Madeira, maçãs, cereja, ameixas, pêssegos, etc., etc...Hoje...temos mangas, cajus, maçã da Índia, e outras frutas oriundas do equador, da Venezuela, do Brasil e do "Cú de Judas"! Até os pinhais, que fizeram ouvir uma "voz da Terra ansiando pelo mar", fruto da visão ampla de um rei "plantador de naus a haver", na metáfora arguta do poeta, vão sendo substituídos por eucaliptais, para a produção da pasta do papel, sôfregos que secam a terra. Nesta época de busca de lucros rápidos ninguém mais replanta um pinhal que leva quarenta anos a fazer-se!
Ai Portugal, Portugal...quem te viu e quem te vê?!
Cruz dos Santos
Coimbra/Portugal
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