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Capa exterior do último CD em alusão aos 50 Anos de Carreira de MB.

Capa exterior do último CD em alusão aos 50 Anos de Carreira de MB.
CD «50 ANOS DE CANTIGAS» (Compilação de 20 temas musicais de sucesso na carreira do artista Mano Belmonte)

Capa interior do último trabalho em CD "MB - «50 Anos de Cantigas».

Capa interior do último trabalho em CD "MB - «50 Anos de Cantigas».

MB - Resumo biográfico pelo Jornalista José Mário Coelho - Toronto/Canadá 2010

MB - Resumo biográfico pelo Jornalista José Mário Coelho - Toronto/Canadá 2010

APONTAMENTO PELA JORNALISTA LUSA CANADIANA FERNANDA LEITÃO

Jornal "Portugal Ilustrado" - Toronto/Canadá

Jornal "Portugal Ilustrado" - Toronto/Canadá

RECOMEÇAR...

-Recomeçar-

O ser humano é feito, entre outras coisas, de sonhos, ideais, expectativas...
O futuro, apesar dos percalços e obstáculos do presente, sempre se desenha com bons ventos, melhorias e conquistas. Por isso, sempre devemos prosseguir lutando, doando o melhor de nós na busca de objectivos e metas.
Neste percurso, à medida que nos esforçamos, alcançamos degraus intermediários e vitórias parciais que nos animam e estimulam em frente. Ser reconhecido pelos que nos cercam, parentes, amigos ou gente anónima, é um grande incentivo.
Dizer-lhes o quanto foi importante todo este carinho e amor dedicados ao longo dos anos, os elogios reconhecendo virtudes, tendo em mente que colhemos tudo o que plantamos nesta escalada da montanha da vida onde aprendemos a subir e a descer, cair e levantar, mas voltar sempre com a mesma coragem. Não desistir nunca de uma nova felicidade, uma nova caminhada, uma nova paisagem, até chegar ao topo da montanha .

Com mais de três décadas a vivermos na diáspora, fechamos os olhos tentando fazer uma retrospetiva das coisas boas e menos boas que nos aconteceram ao longo dos anos...Batemos de frente com um enorme painel branco na nossa mente, reprimimos a vontade de um choro convulsivo para, de imediato, pensarmos que, hoje, é um bom dia para enfrentar novos desafios...
Recomeçaremos por abrir novos espaços mentais e físicos. Aproximarnos-emos, dos familiares, dos velhos amigos, de pessoas alegres e sem preconceitos, da terra que nos viu nascer... Atirar para longe os ressentimentos, as mágoas, os melindres que impedem a felicidade entrar.
Dividirnos-emos entre duas Nações que amamos e repartiremos nosso coração entre chegadas e partidas, alegrias e ânsias.

Recomeçar uma nova vida é só uma questão de querer. Se quisermos. Deus quer.

Mano Belmonte













BLOG «Canções & Emoções» por Mano Belmonte

BLOG «Canções & Emoções» por Mano Belmonte

terça-feira, agosto 11, 2009


A FALTA QUE ELE FAZ

Durante os 48 anos da ditadura salazarista milhões de portugueses sonharam com um Portugal onde fosse garantido o direito à habitação, trabalho, saúde, educação, justiça célere e acessível, liberdade de expressão e de associação, respeito pelos Direitos Humanos, imprensa livre e credível, nenhuma guerra, independência das colónias em condições honrosas para ambas as partes e nada de subserviências às potências estrangeiras. Sonharam com uma Pátria digna, livre de corrupção e compadrio, onde cada cidadão fosse avaliado pela sua competência e honradez. Muitos dos que sonharam tiveram de emigrar para poderem dar pão aos filhos, outros tiveram de exilar-se por sofrerem perseguição, muitos outros viveram longos anos exilados dentro do próprio país.
Quando chegou o 25 de Abril de 1974, quase todos se entregaram de alma e coração ao que julgavam ser a realização do seu sonho. Pouco mais de um ano depois, a feia realidade feriu-os de modo irremediável. A descolonização redundou em benefício dos partidos locais enfeudados à então União Soviética e aos interesses americanos, e em imensa tragédia para milhões de negros e brancos. A chamada reforma agrária e as nacionalizações, de tão selvagens e brutais, destruíram o tecido económico. O trabalho tornou-se escasso, enquanto os subsídios de desemprego atingiam montantes nunca antes vistos. A habitação era objecto de especuladores, de modo que dezenas de milhar de pessoas foram atiradas para os bairros da lata, enquanto outras eram atiçadas por aventureiros revolucionários, alguns estrangeiros, a invadir e ocupar casas que eram de outrem. Os hospitais, com pessoal da limpeza a presidir a comissões que tudo anarquizavam, só não entraram em colapso graças ao sentido de responsabilidade e abnegação de médicos e enfermeiros. A Educação, com ministros vários, a entrar e a saír, desde militares a economistas, bateu no fundo. Havia medo, sucediam-se as denúncias difamatórias e impunes, os saneamentos selvagens que atiraram largos milhares de pessoas ao desemprego, por obra e graça de "pides" da militância a soldo de certos partidos, enquanto nos proclamados "ladrões" e "criminosos" do regime anterior ninguém tocava, perante a total passividade da Justiça e de uma Polícia Judiciária que só tinha olhos e tempo para assediar jornalistas não dispostos a aceitar todo este descalabro.
No meio de todo este vendaval, sabendo-se bem quem eram os responsáveis directos pelo que se estava a passar, por exclusão de partes, os olhos do povo viraram-se esperançados para um político de grande inteligência e folha limpa, de prestigiado nome provados rendimentos, teso como as armas, a saber muito bem donde vinha e para onde ia, sofrendo de um público asco pela corrupção, a mentira e o compadrio.
Esperava-se que ele desse a volta ao país e devolvesse aos portugueses o sonho de muitos anos. Mas não se esperava que ele fosse abatido cobardemente, tão cobardemente que a investigação policial foi uma nódoa a dar que pensar, e a Justiça andou para trás e para diante sem chegar a lado nenhum. Foi uma grande desgraça para Portugal e para o partido a que presidia.
Se Francisco Sá Carneiro não tivesse sido varrido do número dos vivos por quem tinha conveniência nisso, nem Portugal nem o PSD tinham chegado ao que chegaram.
Não se duvide que não teriam vicejado os barões corruptos que andam a contas com a Justiça desde o cavaquismo, porque ele seria o primeiro a cortar a direito, a pô-los fora, ao contrário do que acontece actualmente. Nem se duvide que não teria medrado o bando de medíocres que faz do PSD ser um clube de facciosos, pois ele abriu o partido a pessoas oriundas de vários campos ideológicos e nunca se sujou fazendo acertos mesquinhos com rivais. Listas, para ele, eram de serviço ao país, não eram conchavos de balneário desportivo. Porque era um senhor, porque era superior, não precisava de deitar mão de expedientes. Fazia rupturas? Fazia, sempre que era necessário. Podia fazê-las, tinha envergadura política, intelectual e moral para o fazer.
Francisco Sá Carneiro podia ter garantido a Portugal uma democracia limpa, inteligente, desempoeirada, moderna. Quem sabotou aquele avião, sabe Deus a mando de quem, apunhalou Portugal pelas costas.
A falta que ele faz!
As listas apresentadas pelo PSD fazem-nos sentir assim. Se aquela é a guarda pretoriana da presidente, estamos conversados. Compreende-se muito bem que, no interior do país, já vários tenham tido a honestidade e a coragem de desfiliar-se, e muitos estejam a preparar-se para o fazer. E quanto à Emigração, ela agradece o insulto estúpido de ser reconduzido José Cesário, um chico esperto que deixou um inesquecível rasto por estas terras do Resto do Mundo.

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