ATÉ QUANDO?
Conhecidos os resultados das eleições legislativas na emigração, penso serem oportunas algumas reflexões.
No que ao Canadá diz respeito, a abstenção, para não variar, foi de 92 por cento.
O vencedor dos 8 por cento restantes, foi o PSD na pessoa de José Cesário.
Começo por perguntar se o eleito tem legitimidade e representatividade para desempenhar o cargo. Em relação aos emigrantes, não tem, porque a esmagadora maioria o ignorou e vai continuar a ignorar. Em relação ao seu interesse pessoal (que é o de manter o tacho parlamentar) e ao do partido a que pertence ( que usará essa vitória risível como uma bandeira), na boa lógica deste regime corrupto e decadente, é claro que vai poder representar a farsa de estar, em Lisboa, muito preocupado com os problemas dos que, a milhares de quilómetros, trabalham a sério e, através de impostos que pagam em Portugal, o sustentam e à sua mediocridade, à sua desfaçatez.
Passo a lembrar a quem me lê que José Cesário, fraco professor que trepou para a política, foi secretário de estado das Comunidades e pintou a manta em terras canadianas. Padrinho encartado de oportunistas amesendados no PSD local, a certa altura bandeou-se com um padre que andava fora da graça de Deus, a sul do Ontário, e logo a igreja onde era pároco se transformou em sede partidária, com toda a rebaldaria inerente. Teve o bispo daquela diocese de lhes sair ao caminho e de aplicar ao padre tresmalhado uma transferência com sabor a castigo que, anos passados, o cura está remetido ao mais profundo silêncio. Foi tiro e queda. Cesário foi, portanto, protagonista de um caso de aliciamento, Deus sabe com que promessas à conta do estado português. Uma delas foi fazer do padre cônsul honorário, facécia que o governo PS teve de corrigir.
Aqui chegados, penso dever perguntar porque é que o PSD, certamente informado de tudo isto, entendeu insultar os portugueses residentes no Canadá ao impor-lhe mais do mesmo. Porque é um insulto a inclusão deste homem nas listas de candidatos, ainda por cima em lugar susceptível de ganhar, como aconteceu.
Em todo o caso, devo registar que o candidato do PS, um açoriano, não ganhou, e esse facto se deveu à abstenção dos açorianos que, nesta comunidade, rondam os 90 por cento. A mobilização dos eleitores devia ter sido um dever da casa dos Açores, dever que não cumpriu. E aqui cumpre dizer que nem eu, nem a maior parte dos portugueses por aqui, estamos interessados no partido tal ou tal. Votamos em pessoas, como já acontece nas autárquicas em Portugal e, cada vez mais, nas legislativas e presidenciais. Portanto, bastava ter aparecido o nome de José Cesário para, de imediato, a Casa dos Açores se ter sentido na obrigação de promover um outro candidato, de modo a poupar-nos esta vergonha.
Não foi assim e por isso continuamos a ter de sustentar militantes partidários de torna-viagem, que fizeram da polílica o seu ganha-pão por falta de melhor competência e nos aparecerem por cá, de anos a anos, como milhafres de bico afiado. Se este sistema eleitoral continuar por mais uns anos, Portugal vai completo perder as suas comunidades no estrangeiro. Os emigrantes querem estar representados no parlamento português, mas por deputados seus, das suas comunidades, eleitos livremente por elas, e não por pessoas que não têm nada a ver connosco e não passam de tristes marionetas da mais objecta partidocracia.
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Conhecidos os resultados das eleições legislativas na emigração, penso serem oportunas algumas reflexões.
No que ao Canadá diz respeito, a abstenção, para não variar, foi de 92 por cento.
O vencedor dos 8 por cento restantes, foi o PSD na pessoa de José Cesário.
Começo por perguntar se o eleito tem legitimidade e representatividade para desempenhar o cargo. Em relação aos emigrantes, não tem, porque a esmagadora maioria o ignorou e vai continuar a ignorar. Em relação ao seu interesse pessoal (que é o de manter o tacho parlamentar) e ao do partido a que pertence ( que usará essa vitória risível como uma bandeira), na boa lógica deste regime corrupto e decadente, é claro que vai poder representar a farsa de estar, em Lisboa, muito preocupado com os problemas dos que, a milhares de quilómetros, trabalham a sério e, através de impostos que pagam em Portugal, o sustentam e à sua mediocridade, à sua desfaçatez.
Passo a lembrar a quem me lê que José Cesário, fraco professor que trepou para a política, foi secretário de estado das Comunidades e pintou a manta em terras canadianas. Padrinho encartado de oportunistas amesendados no PSD local, a certa altura bandeou-se com um padre que andava fora da graça de Deus, a sul do Ontário, e logo a igreja onde era pároco se transformou em sede partidária, com toda a rebaldaria inerente. Teve o bispo daquela diocese de lhes sair ao caminho e de aplicar ao padre tresmalhado uma transferência com sabor a castigo que, anos passados, o cura está remetido ao mais profundo silêncio. Foi tiro e queda. Cesário foi, portanto, protagonista de um caso de aliciamento, Deus sabe com que promessas à conta do estado português. Uma delas foi fazer do padre cônsul honorário, facécia que o governo PS teve de corrigir.
Aqui chegados, penso dever perguntar porque é que o PSD, certamente informado de tudo isto, entendeu insultar os portugueses residentes no Canadá ao impor-lhe mais do mesmo. Porque é um insulto a inclusão deste homem nas listas de candidatos, ainda por cima em lugar susceptível de ganhar, como aconteceu.
Em todo o caso, devo registar que o candidato do PS, um açoriano, não ganhou, e esse facto se deveu à abstenção dos açorianos que, nesta comunidade, rondam os 90 por cento. A mobilização dos eleitores devia ter sido um dever da casa dos Açores, dever que não cumpriu. E aqui cumpre dizer que nem eu, nem a maior parte dos portugueses por aqui, estamos interessados no partido tal ou tal. Votamos em pessoas, como já acontece nas autárquicas em Portugal e, cada vez mais, nas legislativas e presidenciais. Portanto, bastava ter aparecido o nome de José Cesário para, de imediato, a Casa dos Açores se ter sentido na obrigação de promover um outro candidato, de modo a poupar-nos esta vergonha.
Não foi assim e por isso continuamos a ter de sustentar militantes partidários de torna-viagem, que fizeram da polílica o seu ganha-pão por falta de melhor competência e nos aparecerem por cá, de anos a anos, como milhafres de bico afiado. Se este sistema eleitoral continuar por mais uns anos, Portugal vai completo perder as suas comunidades no estrangeiro. Os emigrantes querem estar representados no parlamento português, mas por deputados seus, das suas comunidades, eleitos livremente por elas, e não por pessoas que não têm nada a ver connosco e não passam de tristes marionetas da mais objecta partidocracia.
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