Chamam-nos "Homo-Sapiens", porque somos mais uma das espécies animais denominadas generalistas. Crescemos, amontoamo-nos, empurramo-nos, evoluímos e somos agora um "oceano" de gente, tão numerosos, que estamos a ter um efeito sério no ambiente e nas outras espécies que o partilham connosco, devido também à nossa tecnologia. Se uma planta tivesse as características do "Homo Sapiens", seria vista como uma erva daninha perniciosa e indesejável. Nós, somos as maiores ervas daninhas da Terra! Talvez isto se deva ao facto de não termos evoluído como uma espécie e, mesmo assim, ainda não temos uma visão inteligente global do mundo. Para muitos de nós, "o mundo" está para lá da linha do horizonte - mais para uns do que para outros. Concentramo-nos no ambiente que nos rodeia e em contribuir para os objectivos da nossa cultura local e não nas necessidades da cultura internacional. Queremos que o aquecimento global pare, mas não deixamos de utilizar os nossos carros. Queremos acabar com o sofrimento no mundo, "mas celebramos os 2.000 anos do nascimento de Cristo gastando 800 milhões de libras para erguer uma tenda gigante em Londres". Ou, outros milhões de euros para uma nova catedral em Fátima! Somos por natureza uma espécie provinciana; mentalmente ainda vivemos em aldeias e a nossa inteligência é normalmente utilizada para acumular conhecimentos, não para analisar o que eles nos podem dizer.
Que podemos fazer por nós próprios, tendo em conta que os propósitos políticos em causa pouco ou nada projectam em nosso favor?
Devíamos, talvez, aplicar a sabedoria dos nossos erros para recriminar aqueles que nos conduziram e conduzem à situação em que nos encontramos. Se tivésemos de escolher uma analogia para intelegência, a maior parte de nós diria qualquer coisa parecida com "força"! Força é uma característica que todos temos, embora em níveis diferentes, e as pessoas podem ser comparadas e categorizadas desde muito fortes até pouco fortes. Normalmente pensamos na inteligência como uma espécie de força - força mental - mas será válida esta analogia? Talvez consigamos descobrir algumas pistas observando a maneira como utilizamos a palavra.
CRUZ DOS SANTOS
Coimbra/Portugal
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