Estamos na corda bamba!
Os sinais que têm inquietado a nossa sociedade, são muitos, principalmente as taxas de desemprego galopantes, que segundo algumas organizações internacionais pode chegar a 11% em 2011: apesar do fim da recessão, o encerramento de empresas não será compensado pelo aparecimento de novas, com reflexos na absorção de mão-de-obra. Assim a taxa de desemprego continuará a subir, pelo menos até final de 2010.
Devido a esse dramático quadro, aumenta o pesado endevidamento das famílias, que têm de suportar ainda as subidas das taxas de juros, o aumento sucessivo dos preços dos combustíveis, dos bens essenciais de consumo e dos medicamentos, que ultimamente se tem vindo a agravar. Depois a certeza, já presente,de que as pensões iráo perder valor e de que os salários públicos terão de baixar, bem como "a pesada atmosfera de suspeição sobre a corrupção e o compadrio, que se adensa em redor dos principais partidos", indiciante da distorção dos mecanismos da economia e factor de desigualdades cada vez mais notado e mais ilegítimas; a descrença em redor da política, dos partidos, dos responsáveis políticos e da democracia "representativa", que representa muito pouco e cada vez menos; o aumento desmesurado da criminalidade (mais de 16%), uma assustadora e séria percentagem, que necessita urgentemente de uma resposta. Até o partido do Governo partilha essa opinião, uma vez que, o vive-presidente do grupo parlamentar do PS, Ricardo Rodrigues, afirmou que o seu partido "não esperava" estes resultados e que os considera negativos.Mas adianta, "que há medidas em curso para combater a criminalidade" ( que é cada vez mais grave, mais violenta, organizada, sofisticada e mais centralizada nos grandes centros urbanos), "através do aumento do número de magistrados do Ministério Público, de Inspectores (Agentes) da Polícia Judiciária e de especialistas para a investigação criminal".
Eis a razão, mais do que justificável, para a necessidade de se encontrar um largo consenso sobre as soluções de que precisamos para dar o salto de desenvolvimento, porque já se viu que as maiorias (políticas) absolutas ou relativas não produzem maiorias (sociológicas) que levem os cidadãos a aceitar soluções (difíceis) para os problemas do país: como estruturar a Educação, a Justiça, a Saúde...? Nada disto se faz só com um partido. Maioritário ou não. Assobiar para o lado, fazendo de conta que não se vê o problema, só serve para adiar o país. Exatamente aquilo que andamos a fazer há 35 anos. Enquanto isso, há concorrentes nossos que ultrapassam o problema...e que por isso já nos vêem pelo retrovisor.
Cruz dos Santos
(Coimbra/Portugal)
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