NÃO BRINQUEM COM ASSUNTOS SÉRIOS
Hoje, assistimos ao desenvolvimento descontrolado de uma nova e muito diferente crise, que está a atingir dimensões assustadoras, sem que as instruções políticas revelem qualquer discernimento e capacidade de intervenção. O Presidente da Federação das Associações Portuguesas e Luso Brasileiras do Rio de Janeiro - A. Gomes da Costa -, denuncia neste distinto 'Jornal de Coimbra' no dia 24 de Janeiro, sob o título "Crise Portuguesa', que o Portugal de Hoje, "é um Portugal trespassado pela crise (...) são mais de 2 milhões que vivem abaixo da linha da pobreza e mais de 600.000 sem trabalho e mais de metade da população depende do Erário e da Previdência - de funcionários a aposentados - dos que recebem o rendimento mínimo aos que se habituaram a viver à custa do fundo de desemprego. O endividamento do Estado corresponde a quase 130% do PIB e existem rumores que as agências de crédito ameacem baixar a nota do País."
O que quer dizer que estes tempos são, assim, muito perigosos e exigem, de todos nós, uma reflexão muito atenta, atitudes muito sérias e escolhas muito responsáveis. O galopante endividamento esterno líquido de Portugal - agora a rondar o equivalente a 130% do PIB, como refere o Presidente da Federação das A.P. Luso Brasileiras A. Gomes, é o resultado mais visível do "nada" que se fez para enfrentar as circunstâncias resultantes da "europeização", da "globalização" e da adesão ao euro.
Meus Senhores, não brinquem com assuntos sérios, pois temos a mania e o vício de olhar para a Europa como uma indispensável muleta. Porque razão, não nos interrogamos sobre que futuro nos espera amanhã, face ao rumo que o País leva? Ou seja, será possível conceder uma economia sem apoios comunitários nos próximos dez, vinte anos? É que, salvo melhor opinião, a ideia dos "eternos" apoios comunitários é uma via perigosa porque está a esgotar-se. Por essa razão, "temos de viver com mais comedimento e com mais eficácia, de modo a evitar este parsitismo vigente". Constituiria uma enorme irresponsabilidade pensar na União Europeia como uma eterna "sopa dos pobres".
Pensem nisso!
Cruz dos Santos
Coimbra/Portugal
=o=o=o=o=
Sem comentários:
Enviar um comentário