MEUS SENHORES OLHEM P'RÓ PAÍS!
Não há em Portugal uma cultura de oposição séria. Já lá dizia o Povo: "Em casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão". Infelizmente, parece corresponder à verdade. Ninguém se entende. Enquanto nos restantes países europeus é perfeitamente banal e corriqueiro a constituição de governos de coligação ou a realização de um acordo de incidência parlamentar para viabilizar este ou aquele governo sem apoio maioritário, em Portugal, vive-se um verdadeiro "forrobodó", um dilema, porque os partidos que são derrotados...nunca estão de acordo. Põem-se entrincheirados, à "coca" de qualquer falha, "policiando", e simultaneamente, recusando-se a dialogar, para tratarem de assuntos prioritários, que são os reais interesses do País. Mas...são todos iguais!
Como chegámos a estas divergências, a esse olvido do presente? Que aconteceu para que hoje reine uma tal impotência de uns, um tal domínio de outros, uma tal aquiescência de todos a uma como a outro, um tal hiato? Nenhuma luta, nenhum acordo, só críticas e perseguições, excepto a que reivindica cada vez mais espaço para uma economia de mercado se não triunfante, pelo menos omnipotente e que, é evidente, tem as suas lógicas, mas às quais já não se contrapõe nenhuma lógica. Chegada a hora de assumirem as responsabilidades, fogem como ratos em navio afundar. Por outro lado, todos aqueles portugueses que se deixaram levar pelos "cantos de sereias", provindo dos partidos da oposição, devem constatar (para mais tarde corrigir) como eles utilizam o voto que receberam, como estão determinados a condenar o País a viver na mais completa instabilidade, com todos os prejuízos daí advenientes. E nós, sempre a marcar passo nos mesmos e repetitivos cenários de sempre.
Meus Senhores: olhem p'ró País! É vergonhoso o que se tem vindo a assistir, todos os dias. Está toda a gente a ver o desastre e não há quem inverta o sentido. Não vêm que, enquanto não ultrapassarem estas quezílias de acusações, ou esta imagem degradante que é transmitida a outros países, que não haverá futuro certo e prometedor? Não vêm que não ajudará a construir um futuro melhor para os nossos jovens, filhos e netos. Está toda a gente a ver o desastre e não há ninguém, que ponha cobro a isto, que ponha um ponto final nestes conflitos carnavalescos. Portugal vive horas difíceis, horas amargas. Ninguém tem a solução na mão, mas a arrogância campeia, através de teorias oriundas de todos os quadrantes. É o momento mais difícil da nossa História. Mas o que é mais escandaloso nisso tudo, é que fazemos alarde, propaganda das nossas "misérias", não só aos nossos vizinhos espanhóis, como ao resto da Europa e do Mundo. Simplesmante vergonhoso!
Ficaríamos tão bem só entre nós!
Cruz dos Santos
Coimbra/Portugal
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