OPINIÃO DE COIMBRA
Cruz dos Santos
PORTUGAL EM TEMPOS SOMBRIOS
Portugal, o Estado, as famílias e a banca estão mais endividados do que se dizia acerca de sete anos. A União Europeia está crispada e olha-nos de soslaio. Os nossos governantes estão inquietos, com todos estes imbróglios e quezílias políticas. Os agentes económicos, cada vez mais, preocupados. Os funcionários públicos assustados. E o povo unido, está a ser vencido...por toda esta caterva de impostos e inflação, enquanto que alguns políticos "não se coíbem de gastar anualmente um bilião de euros com... automóveis de alta cilindrada, designadamente Mercedes, BMW, e Audis de topo gama. Mais de mil elementos de classe política deslocam-se, diariamente, em viaturas oficiais com motorista, comprados e mantidos pelo erário público". Do outro lado da "barricada", o défice continua acumular-se nas entranhas deste nosso pacato país. E ouve-se falar de crise de valores e de confiança e não falta quem reclame virtude na vida pública, educação cívica e reforma de mentalidades. São votos pios, caritativos. Nada disso vale tanto como leis claras, debates públicos, meios Judiciais eficazes e polícias eficientes. Até porque hoje ninguém acredita em ninguém. Mais uma razão, para o "Zé-Povinho" desconfiar destes estadistas, destes senhores versados em negócios políticos do Estado e do nosso estado financeiro! E já que falamos de "Estados-estados", é falaciosa a ideia de que o Estado pode ser bom. E é uma sinistra armadilha a fórmula tão gasta e que diz que se deve procurar "menos Estado, mas melhor Estado". Não existe um "Estado melhor", é uma contradição nos termos. Nem pode haver "menos Estado", visto que o "Estafermo" só conhece uma via, a do crescimento. Ponto final. Os desastres da gestão pública, da corrupção e do nepotismo estão aí, como doenças fatais das sociedades, a exigir terapias radicais. A degradação moral a que se assiste todos os dias é o resultado da extinção de valores fundamentais. O estado quer transformar os cidadãos em anões, dizia um clássico. Desapareceram os ideais de desafio, risco, incentivo e interesse, verdadeiros motores de desenvolvimento e, em última instância, alma das sociedades humanas. A ausência da mão invisível, único termómetro das aspirações dos consumidores, fez dos cidadãos seres quase vegetais, passivos e abúlicos.
Salvo melhor opinião, só a iniciativa privada devolverá ao cidadão a auto-estima há tanto destruída.
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