Opinião de Coimbra
PORTUGAL ANDA DESFOCADO COM A MENTIRA!
Vivemos rodeados de atitudes estranhas, de ocorrências e conflitualidades estranhas. No meio de um lugar de tumulto ou desordem. Num verdadeiro antro, desfocado com a mentira política. Ninguém percebe lá muito bem, o que, ultimamente, tem observado e analisado. Ninguém consegue arrumar as informações que ouve ou lê. Troca-se tudo. Perde-se o sentido do espaço e do tempo.
Mente-se muito. Quase todos utilizam a mentira, para salvaguardarem o pouco que resta da honra. E quase todos a perdoam. A mentira é corrente. Ganhou novos militantes e novas feições. É por vezes obrigatório. Há os que sabem tudo e hoje dirão: "Os políticos sempre mentiram". Olhem que não! Todos mentimos, nem que seja um pouquinho. Mente o pobre, mente o rico, mente o cristão e o ateu. Mente o sucateiro e o gestor; o polícia e o ladrão; mente o sério e o aldrabão. Mentem estes finórios urbanos, através dos exórdios abruptos, conseguindo atar com vincilho, os espíritos dessa pacatez Plebe, beijando-os e furtando-os com graciosas blandícias. A democracia vive hoje da mentira. Sob todas as formas: ocultação, contradição, correcção, corrupção, circunstância superveniente ou melhor ponderação. A política tem regras parecidas com as que vigoram no futebol, nalguns negócios e na guerra: o único critério importante é ganhar.
São condenados os que mentem e perdem. Os que mentem e ganham, são respeitados. Por exemplo, na Justiça, o cidadão tem de comprenender que não pode mentir em tribunal, tem de lá ir e dizer aquilo que sabe; isto não está ainda sufientemente interiorizado entre nós. Esta questão da postura física, do cumprimento dos deveres, da controvérsia ajustada e respeitadora do contraditor, tudo isto não é como devia ser, não temos ainda uma cultura cívica activa suficientemente desenvolvida e isso, o estímulo à participação, deve ser uma preocupação de todos: políticos, instituições culturais, educativas, etc... Os noticiários das televisões têm agendas iguais. E alinhamentos de notícias também. Os directos, grande vício da televisão portuguesa, são iguais em todos os canais. Cada vez mais, a informação está previamente organizada, não pelas redacções, não pelos jornalistas, mas pelos agentes e pelos assessores. Quem tem informação manda em quem investiga, escreve e transmite. Grande da informação é encenada e manipulada de acordo com as conveniências.
"Há informação reservada para melhores momentos, informação programada para dramatizar, informação inventada para divertir e informação acelerada par consolar". Isto acontece há anos. Em Portugal e no mundo inteiro.
Esta é a nossa sociedade: o cenário substitui a realidade. Esta é a cultura em vigor: o engano tem mais valor do que a verdade.
Cruz dos Santos
Coimbra/Portugal
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