REFLETINDO
Para os filhos, o melhor
Vou dar aos meus filhos tudo o que nunca tive.
Esta frase pode ser ouvida muitas vezes saída da boca de certos pais. Nada mais bonito. Uma grande prova de carinho e dedicação.
Esta frase pode ser ouvida muitas vezes saída da boca de certos pais. Nada mais bonito. Uma grande prova de carinho e dedicação.
O que assusta é que na prática esse 'tudo que não tive' transforma-se quase que unicamente em coisas materiais.
Milhares de brinquedos, muita roupa nova e de marca, passeios todos os fins de semana, todos os pequenos e grandes desejos imediatamente atendidos; na maioria das vezes, sem qualquer questão por parte dos pais, a não ser quando o dinheiro não é suficiente.
Neste caso, com muito sofrimento, eles adiam um tempo para a compra de um novo bem.
Neste caso, com muito sofrimento, eles adiam um tempo para a compra de um novo bem.
Acostumam os filhos a uma avalanche de presentes, com os quais supostamente tornarão as suas crianças felizes.
No entanto, esses mesmos pais, em certos momentos, afirmam que os filhos, apesar de tudo o que têm, quase não utilizam os brinquedos. Vivem pedindo outros e mais outros - que também vão sendo empilhados, quase sem uso, acumulando-se nos armários e estantes dos seus quartos.
Alguns anos mais tarde, são ainda esses mesmos pais que lastimam o quanto têm que gastar com as roupas e mesadas dos filhos adolescentes.
A jovem precisa de uma roupa nova, de marca a cada fim de semana e para cada festa que comparece,
Os rapazes cedo aprendem a exigir carta de condução e, logo o carro, cartão de crédito, telemóvel, computadores, mais e mais dinheiro para concertos e boates, noitadas e viagens...
Quando os pais tentam refrear essas exigências, que passam a ser vistas como direitos dos filhos, a reação costuma ser, no mínimo, de revolta.
Quando os pais tentam refrear essas exigências, que passam a ser vistas como direitos dos filhos, a reação costuma ser, no mínimo, de revolta.
Quando os pais agem, desde cedo, dessa maneira excessivamente generosa, porém impensada, o que estão a estimular é o surgimento de uma geração de jovens que valorizam apenas o ter em detrimento do ser.
Aprenderam a ver o mundo dessa forma; não poderiam portanto ser diferentes.
Assim, só vale o que a pessoa possui. Não importa o que ela seja.
Pensando em nada negar aos filhos, os pais criam jovens extremamente inseguros, com valores equivocados. Não se sentem valorizados a não ser pelo que vestem, pelo que têm de bens materiais.
Na verdade, o melhor que se pode dar aos filhos não são coisas materiais.
O melhor que se pode dar aos filhos é equilíbrio, tranquilidade, paz. Ensinar-lhes a valorizar o que têm.
Não se está sugerindo ou defendendo a ideia de privar as crianças de coisas que elas podem ter mas que os pais deixem algum espaço; alguma coisa pela qual os filhos se empenhem.
Não os sufoquemos com o nosso amor. Ao contrário, empenhemo-nos para que os nossos filhos acreditem em alguma coisa, que tenham algum ideal, algum objetivo por que lutar.
Ensinemos aos nossos filhos, enquanto é tempo, que a vida é muito mais do que o simples gozar. Que a vida é oportunidade de crescimento, de progresso.
Não os sufoquemos com o nosso amor. Ao contrário, empenhemo-nos para que os nossos filhos acreditem em alguma coisa, que tenham algum ideal, algum objetivo por que lutar.
Ensinemos aos nossos filhos, enquanto é tempo, que a vida é muito mais do que o simples gozar. Que a vida é oportunidade de crescimento, de progresso.
Pensamento da Semana
"Incentivem vossos filhos na busca da intelectualidade e dos valores morais"
Mano Belmonte
manobelmonte@live.com.pt
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