CARTA ABERTA a todos os políticos!
Os Senhores vão ser eleitos dentro de alguns meses. Quem? Ninguém sabe! Geralmente, ganham todos.
Bom, caída a "romaria", ou seja, todo este "carnaval" de promessas, não se vai voltar a falar da morna campanha.
Nem dos níveis de abstenção. Os derrotados irão lamber as feridas e os vencidos a bajularem os líderes, para conseguirem um "tacho" p'ró seu futuro e para os seus. E os eleitos, quando iniciarem funções, todas as pressões terão o mesmo sentido: deixar as coisas como estão. É o "vira o disco e toca o mesmo"! As instituições, das Forças Armadas à Magistratura, das Universidades às Autarquias, da Igreja aos Sindicatos, das empresas às misericórdias e das polícias às associações profissionais, vão, como é habitual, pedir, reinvidicar, protestar, vão fazer greves, vão solicitar eleições antecipadas, enfim, vão proceder como procedem sempre, quando estão na Oposição: Protestar!
Quanto aos seus eleitores, vão confundir-se com a população. Perguntamos depois: o que irão fazer com este poder, que o eleitorado lhes deu? Cumprir ou fazer cumprir a Constituição? Ouvir o povo? Moderar e arbitrar? Reformar a Educação e a Justiça? Criar novos postos de trabalho? Combater o desemprego? Representarem o Estado? Vem na carta. Garantir o regular funcionamento das instituições? Sem dúvida, apesar de ninguém saber o que é isso. Se olharmos para os antigos governos, e compararmos com os actuais, o que disseram todos durante a campanha, vamos ver lá tantas coisas, que é legítimo concluir que nada farão de especial.
Difícil é escolher. Ainda por cima se lhes falta sinceridade. Mas se a sua escolha for o resultado de um esforço de razão, verá que, em pouco tempo, acabará por acreditar. E, como deve saber, o que dá realmente força a um governo é, mais do que a razão, o sentimento! Que escolher então? A política? A Defesa Nacional? A Europa? A política externa? Há falta de definição, de esclarecimentos, nomeadamente no que concerne aos compromissos internacionais e à Europa! Quanto à SAÚDE, esta que os ricos querem transformar em negócio e a direita administrar como uma empresa lucrativa e que a esquerda se mostra absolutamente incapaz de organizar. Esta, que falta aos velhos e aos pobres e faz sofrer os fracos em filas de espera, que é a mais cara e consome mais recursos do que na maioria dos países ocidentais, a que mais deve desperdiçar e acumula dívidas fantasmagóricas. Esta, que revela ineficiência escandalosa, apesar de empregar um número de médicos superior a muitos países europeus. Esta, que maltrata doentes em estabelecimentos públicos e enche os corredores dos hospitais com doentes abandonados. Esta, que permite abusos inimagináveis. Que não forma enfermeiros em quantidade e qualidade suficientes. Que está hipoteca a grupos, interesses e corpos poderosos. A saúde, sim, a nossa saúde, o que farão estes senhores com ela, depois de eleitos?
Cruz dos Santos
Coimbra/Portugal
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