O BOLHÃO NA ORDEM
Com graça, alguém disse do Prós e Contras dedicado à Ordem dos Advogados que pareceu "o Bolhão sem peixe". De facto, apesar das tentativas do actual Bastonário e seus acólitos, só não houve peixeirada graças à urbanidade dos intervenientes que puseram questões, a maior parte delas sem obterem resposta. Mas que o programa pareceu um mercado, uma feira, isso pareceu...
Para os portugueses que vivem a milhares de quilómetros da Pátria, como é o meu caso, nada do que se passa na nossa terra nos é estranho ou indiferente e por isso, seguimos com a maior atenção o que nos chega através da comunicação social, dos livros e dos amigos. Não causará estranheza que seja assim e os políticos deverão ser os menos surpreendidos, pois certamente não lhes passará pela cabeça que seria gratuito o seu pedinchar constante de votos e remessas de dinheiro. Uns e outras a fundo perdido, pois de nada beneficiamos, nem ao menos o honroso gosto de podermos dizer aos nossos amigos estrangeiros que vimos de um país bem governado. Resta-nos o direito de ter opinião e de a expressarmos.
Que engraçado é o Bastonário actual, com os seus modos broeiros e o seu discurso torrencial, tronitruante e até um tanto desbocado! Diz que foi jornalista e nota-se o seu pendor irresistível para a chicana pública. Habituados que estamos a Bastonários de excelentes maneiras e apurado verbo, a uma Ordem dos Advogados cheia de prestígio e classe, um Bastonário que como este se exibe em praça lembra-nos sempre um elefante numa loja de vidros: talvez não queira partir e espezinhar tudo, mas vai partindo e esmagando. Só perde a graça quando, depois de levar umas varadas certeiras, representa, e mal o papel de vítima. Quando, à falta de argumentos, grita que está ser vítima de um complot por parte da "aristocracia de Lisboa".
E quanto a coerência, temos dito. Um dia destes, ao saber que um elevado número de advogados pretendia uma assembleia geral extraordinária para tratar da sua destituição, vociferou que isso é tão ilegal, tão golpe de estado como " os militares tomarem o poder pela força". Só nos faltava esta sabermos que o Bastonário considera ilegal e porventura ilegítimo, o golpe de estado de 1974... A extrema direita podia bem subscrever esta tese. Isto vindo de um socialista... Mas, obstinado, afirma que não sai, não pede a demissão.
Enfim, temos outro entremez à portuguesa: mais um que vai atravessar a ponte a pé. Entretanto, o Bolhão entrou na Ordem.
=o=o=o=o=
Com graça, alguém disse do Prós e Contras dedicado à Ordem dos Advogados que pareceu "o Bolhão sem peixe". De facto, apesar das tentativas do actual Bastonário e seus acólitos, só não houve peixeirada graças à urbanidade dos intervenientes que puseram questões, a maior parte delas sem obterem resposta. Mas que o programa pareceu um mercado, uma feira, isso pareceu...
Para os portugueses que vivem a milhares de quilómetros da Pátria, como é o meu caso, nada do que se passa na nossa terra nos é estranho ou indiferente e por isso, seguimos com a maior atenção o que nos chega através da comunicação social, dos livros e dos amigos. Não causará estranheza que seja assim e os políticos deverão ser os menos surpreendidos, pois certamente não lhes passará pela cabeça que seria gratuito o seu pedinchar constante de votos e remessas de dinheiro. Uns e outras a fundo perdido, pois de nada beneficiamos, nem ao menos o honroso gosto de podermos dizer aos nossos amigos estrangeiros que vimos de um país bem governado. Resta-nos o direito de ter opinião e de a expressarmos.
Que engraçado é o Bastonário actual, com os seus modos broeiros e o seu discurso torrencial, tronitruante e até um tanto desbocado! Diz que foi jornalista e nota-se o seu pendor irresistível para a chicana pública. Habituados que estamos a Bastonários de excelentes maneiras e apurado verbo, a uma Ordem dos Advogados cheia de prestígio e classe, um Bastonário que como este se exibe em praça lembra-nos sempre um elefante numa loja de vidros: talvez não queira partir e espezinhar tudo, mas vai partindo e esmagando. Só perde a graça quando, depois de levar umas varadas certeiras, representa, e mal o papel de vítima. Quando, à falta de argumentos, grita que está ser vítima de um complot por parte da "aristocracia de Lisboa".
E quanto a coerência, temos dito. Um dia destes, ao saber que um elevado número de advogados pretendia uma assembleia geral extraordinária para tratar da sua destituição, vociferou que isso é tão ilegal, tão golpe de estado como " os militares tomarem o poder pela força". Só nos faltava esta sabermos que o Bastonário considera ilegal e porventura ilegítimo, o golpe de estado de 1974... A extrema direita podia bem subscrever esta tese. Isto vindo de um socialista... Mas, obstinado, afirma que não sai, não pede a demissão.
Enfim, temos outro entremez à portuguesa: mais um que vai atravessar a ponte a pé. Entretanto, o Bolhão entrou na Ordem.
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